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Grandes empresas de tecnologia devem ser regulamentadas, diz Mark Zuckerberg

Questionamentos, dúvidas e problemas com governos no mundo todo têm atrapalhado os planos ambiciosos das big techs – as gigantes da tecnologia, como o Facebook e a Alphabet -, principalmente no que se refere aos dados (privados ou não) de seus usuários, mas não só isso. Para citar as últimas polêmicas, a maiorias desses players, nos Estados Unidos, estão sendo investigados com base na lei antitruste e são acusados por formarem monopólios.

Literalmente na berlinda, grandes nomes do setor pedem por regulamentação e normas claras para o setor – o que evitaria polêmicas e multas bilionárias. Se Jack Dorsey, CEO do Twitter, era um dos entusiastas desses limites mais delineados, agora, Mark Zuckerberg, criador do Facebook, resolveu se juntar a esse coro.

Em artigo para o jornal Financial Times, Zuckerberg escreve: “acredito que uma boa regulamentação pode prejudicar os negócios do Facebook no curto prazo, mas será melhor para todos, inclusive para nós, a longo prazo. Esses são problemas que precisam ser corrigidos e afetam nossa indústria como um todo. Se não criarmos padrões que as pessoas considerem legítimos, elas não confiarão nas instituições ou na tecnologia.”

Ainda segundo Zuck, “precisamos de mais supervisão e responsabilidade. As pessoas precisam sentir que as plataformas globais de tecnologia respondem a alguém.”

Para criador do Facebook, redes sociais e companhias de tecnologia devem ser regulamentadas (Foto: Reprodução/ 9to5Mac)

Questão de regulamentar

Plataformas de interação social, como o Facebook e todas as suas redes sociais, trabalham em uma linha muito tênue e, talvez, eticamente questionável. Isso porque atuam no limite da liberdade de expressão, privacidade, aplicação da lei e engajamento dos seus usuários, tudo como uma empresa que, obviamente, busca lucrar nesse processo. E uma das mais estimadas commodities são os dados de seus usuários.

Para a atuação das big techs, raramente existe uma resposta “certa” para as decisões que tomam. Afinal, a maioria dos países tem uma legislação incompleta sobre o tema ou nem mesmo as tem. Nesse contexto, Zuckerberg afirma que “não acho que as empresas privadas devam tomar tantas decisões sozinhas quando tocam em valores democráticos fundamentais. Por isso, no ano passado, pedi regulamentação em quatro áreas: eleições, conteúdo nocivo, privacidade e portabilidade de dados.”

Como trabalhar?

Para reduzir os questionamentos públicos sobre a atuação da companhia, o CEO do Facebook comenta que “estamos planejando abrir nossos sistemas de moderação de conteúdo para auditoria externa”, o que seria um avanço e um importante passo para a regulamentação. Só que, para isso, o executivo alega que alguns pontos deveriam ser esclarecidos.

Quando a questão são os anúncios políticos, Zuckerberg questiona sobre “quem decide o que conta como propaganda política em uma democracia? Se uma organização sem fins lucrativos publica um anúncio sobre imigração durante uma eleição, é político? Quem deve decidir? Empresas privadas ou governos?”

Agora, sobre a propriedade dos dados por parte dos usuários, o cofundador do Facebook também alega para a necessidade de regras mais claras. “Obviamente, você sempre deve poder transferir seus dados entre serviços. Mas como definimos o que conta como seus dados? Se eu compartilhar algo com você, como meu aniversário, você poderá levar esses dados para outros serviços, como seu aplicativo de calendário? Esses são meus dados ou seus?”, questiona o criador do Facebook sobre a autoria deles.

No entanto, os órgãos reguladores não devem pensar que o caminho para a definição dessas normas será tranquilo, afinal esta é uma disputa bilionária. “Não vamos concordar com todas as propostas”, adiantou-se Mark Zuckerberg.

Fonte
Financial Times

Thiago Rodrigues

Graduando em Eng. de Software. Atua no mercado do Marketing digital desde de 2015. Está se especializando em desenvolvimento de IA.

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